Dr. Daniel Coelho - CRM 15270 RQE 22897
CRM-RN: 15270
RQE: 22897
Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD)
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM)
International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO) member
Aderências pélvicas são formações de tecido cicatricial que ocorrem dentro da cavidade abdominal sendo muito comum as pélvicas. Elas são o resultado de processos inflamatórios ou traumáticos que levam à formação de fibras de colágeno, resultando em aderências entre órgãos, tecidos e estruturas adjacentes. As aderências, apesar de poderem ocorrem em qualquer parte do abdome, são famosas por sua ocorrência mais frequente, as aderências pélvicas.
As aderências pélvicas podem ocorrer como uma resposta do corpo a cirurgias abdominais como laparotomia, laparoscopia, cesariana, cirurgia ginecológica ou tratamento de endometriose. Elas também podem ser causadas por infecções pélvicas, como a doença inflamatória pélvica (DIP) ou por processos inflamatórios crônicos, como a endometriose.
As aderências pélvicas podem causar vários problemas e sintomas, dependendo de sua localização e extensão. Alguns dos sintomas associados às aderências pélvicas incluem:
Dor pélvica crônica: As aderências podem causar dor constante na região pélvica, que pode ser leve a intensa.
Dor durante a relação sexual: As aderências podem causar desconforto ou dor durante a relação sexual, conhecida como dispareunia.
Alterações do trânsito intestinal: As aderências podem levar a obstruções ou alterações no funcionamento normal do intestino, causando sintomas como constipação, diarreia ou dor abdominal relacionada à alimentação.
Dor ao urinar: Aderências pélvicas podem comprimir a bexiga ou o trato urinário, resultando em dor ou desconforto durante a micção.
Infertilidade: Em alguns casos, as aderências pélvicas podem afetar a fertilidade, interferindo na passagem do óvulo fertilizado pelas tubas uterinas ou na implantação adequada do embrião no útero.
O diagnóstico das aderências pélvicas geralmente é feito com base nos sintomas relatados pelo paciente, histórico cirúrgico ou de infecções anteriores e exames de imagem, como ultrassonografia, ressonância magnética ou histeroscopia/laparoscopia.
O tratamento das aderências pélvicas depende da gravidade dos sintomas e do impacto na qualidade de vida da paciente. Em alguns casos, medidas conservadoras, como analgésicos, terapia hormonal ou fisioterapia pélvica, podem ser recomendadas. Em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária para remover as aderências e restaurar a função normal dos órgãos pélvicos.
É importante buscar orientação médica especializada adequada se você suspeitar ou tiver sintomas de aderências pélvicas, para que um diagnóstico adequado seja feito e o tratamento adequado possa ser recomendado.
Ultrassonografia abdominal total
Ultrassonografia pélvica transvaginal
Ressonância magnética nuclear
Enterorressonância
Tomografia computadorizada
Laparoscopia diagnóstica e terapêutica
Colonoscopia
Raio-X de Trânsito e Morfologia do Delgado (Rx contrastado de intestino delgado)
Como visto acima, as aderências são cicatrizes profundas dentro do abdome, podendo ocorrer esse processo de cicatrização após processos inflamatórios, infecciosos ou intervenções cirúrgicas. Podem ser assintomáticas, mas podem causar dores abdominais, infertilidade e obstruções intestinais como principais complicações. O cirurgião do aparelho digestivo pode ser muito importante no tratamento, por possuir conhecimentos e habilidades em laparoscopia avançada, pode intervir precocemente evitando complicações ou corrigindo problemas anatômicos persistentes.
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