Exemplo de cirurgia videolaparoscópica. Operando por instrumentos, o cirurgião faz pequenas incisões, opera de forma confortável com excelente visualização das estruturas. Isso permite um número muito grande de vantages:

1) menor taxa de sangramento para a maioria dos tipos de cirurgia estudados.

2) menos dor no pós-operatório.

3) menor tempo de internação hospitalar.

4) menor frequência de hérnias de parede abdominal.

5) menor taxa de complicações.

6) retorno mais precoce do pacientes para suas atividades habituais.

7) menor mortalidade nas cirurgias bariátricas

Como é a moderna cirurgia bariátrica

A cirurgia bariátrica moderna é um procedimento cirúrgico que é realizado de forma muito semelhante a outras cirurgias cotidianas como uma retirada de vesícula ou uma retirada do útero. Suas particularidades no preparo e no pós-operatório você pode encontrar nos 2 links abaixo:



A cirurgia bariátrica moderna:

Sem uso de drenos abdominais

De forma geral, atualmente, os profissionais tem evitado o uso de drenos cirúrgicos como rotina, prática que foi muito comum em um passado recente. Os drenos eram colocados no abdome, junto à região cirúrgica operada e eram deixados lá por aproximadamente uma semana. O racional era de, caso uma fístula (vazamento da linha de grampeamento - ver tópico específico no link:    ) acontecesse, o conteúdo da fístula sairia pelo dreno evitando a necessidade de uma reoperação e diagnosticando a situação de forma precoce, evitando riscos de uma infecção mais grave. Apesar de o raciocínio não estar errado e o uso de dreno ser comum ainda hoje por vários cirurgiões e equipes, esse hoje tem sido abandonado progressivamente por muitos profissionais. A ideia é que o dreno também pode trazer complicações como dor, infecção, dificuldade para realizar fisioterapia, atelectasias pulmonares e outros problemas. Como a taxa de fístulas hoje caiu muito e ela é relativamente rara, muitos pacientes acabam por não se beneficiar do dreno e podem sim, de fato, ter mais problemas do que soluções com o uso de um dreno como rotina. Ainda, o cirurgião pode optar pelo seu uso em cirurgias de maior risco como cirurgias revisionais ou caso se depare durante a cirurgia com cirurgia tecnicamente muito difícil que necessite uma "observação melhor". De toda forma, a grande maioria das cirurgias hoje são feitas sem a colocação de um dreno no abdome e o paciente pode sair da cirurgia apenas com uma "veia como invasão", permitindo fisioterapia precoce, deambulação precoce e facilidade geral para participar da sua recuperação

Sem uso de sondas na bexiga

Sondas vesicais (urinárias) são usadas com muita frequência em cirurgia. Elas podem trazer várias vantagens durante a cirurgia como evitar o "bexigoma" que é a retenção de urina após a cirurgia, monitorizar a quantidade de urina produzida durante a cirurgia e, em cirurgias pélvicas, prevenir e permitir a detecção precoce de lesões do sistema urinário.  Apesar de suas potenciais vantagens, seu uso tem sido cada vez menor porque dificulta para o paciente caminhar, levantar-se da cama, pode estar associado a desconforto na hora de sua retirada e pode aumentar a frequência de infecções urinárias.  A decisão de colocar ou não a sonda pode variar entre profissionais e é discutida em conjunto com a equipe da anestesiologia, mas como mencionado acima, há grande tendência de evitar seu uso em uma cirurgia bariátrica convencional. 

Saída precoce da cama

Antigamente, era muito comum as pessoas ficarem acamadas depois de cirurgias. Isso se devia a vários fatores como dor pós-operatória, drenos e sondas, medo de causar dano por forçar as incisões levando a abertura de pontos e hérnias. As cirurgias videolaparoscópicas, com os muitos benefícios encontrados, permitiram também acabarmos com longos períodos na cama após a cirurgia. Como são pequenos cortes, dores pós-operatórias são menos comuns, o risco de hérnias diminui substancialmente e tem-se evitado o uso de sondas e drenos, assim, o indivíduo pode logo depois da cirurgia caminhar, sentar na poltrona e fazer atividades cotidianas sem dificuldades ou problemas maiores. Isso facilita a ventilação do pulmão, a peristalse intestinal, melhora a circulação em membros inferiores diminuindo o risco de trombose e traz sensação de bem estar, levando a uma recuperação mais rápida, menor tempo internado, retorno mais rápido às atividades cotidianas e  ao trabalho.

Dietas menos restritivas

Tradicionalmente, as cirurgias bariátricas tem sido associadas a restrição importante na alimentação antes e depois da cirurgia. Alguns pacientes podem ter receio de passar fome no pós-operatório e enfrentar um grande desafio alimentar no período perioperatório. 

Dieta pré-operatória: Toda perda de peso possível é bem vinda antes da cirurgia bariátrica. Pacientes que perdem peso antes da cirurgia bariátrica tendem a ter fígados de tamanho menor e menor quantidade de gordura visceral, o que facilita a cirurgia e diminui o tempo cirúrgico e riscos associados ao procedimento. Apesar disso, não existe uma meta a ser alcançada para perder peso antes da cirurgia e é desconhecido o quanto de perda de peso de fato vai ajudar na cirurgia. Além disso, dietas exageradamente restritivas poderiam levar a riscos nutricionais nesse período se não bem orientados por nutricionistas. É comum a perda de peso antes da cirurgia quando pacientes seguem recomendações nutricionais pré-operatórias elaboradas por nutricionistas, porém dietas desesperadas ou não orientadas por profissionais são desaconselháveis. Assim, não é necessário perder X kilos antes da cirurgia ou tantos % de peso, mas a adesão a dieta fornecida pela nutrição pode diminuir riscos. Tradicionalmente tem sido recomendado dieta líquida que pode variar de 24 a 72 hs antes da cirurgia, objetivamente manter o estômago sem resíduos para a cirurgia e otimizar a diminuição do volume do fígado facilitando a cirurgia. Essa orientação deve ser discutida com a equipe levando-se em consideração riscos x benefícios e não é obrigatória em muitos casos. É importante compreender que os profissionais estarão capacitados para analisar caso a caso e propor tratamentos de forma individual. Dieta pós-operatória: Da mesma forma, a evolução do volume, frequência e consistência da alimentação após as cirurgias tem mudado de técnica para técnica cirúrgica e de equipe para equipe.  É consenso que a maioria das técnicas envolve uma alimentação líquida com volumes restritos nos primeiros dias e que, uma fuga desse padrão pode causar riscos importantes. Após um determinado período, a dieta é evoluído em consistência. De forma interessante, os pacientes não percebem fome durante esse período, apesar da quantidade reduzida de calorias ingerido com essas dietas líquidas. Acredita-se que isso pode ser explicado em parte por uma precoce alteração hormonal ocasionada pela cirurgia. O estado de pós-operatório recente também pode contribuir para esse efeito. Assim, sem sofrimento, o paciente pode progredir sua dieta para consistências mais firmes até ingerir alimentos de consistência normal como qualquer outro indivíduo. Os volumes das refeições ficam diminuídos de forma permanente para a maioria dos indivíduos operados e é aconselhável uma maior frequência de alimentações, evitando assim a ingestão de comida já com muita fome e evitando refeições de volume exagerado. A paciência para se alimentar traz saciedade com volumes menores de comida e, associado a uma melhor qualidade da alimentação e efeitos hormonais potentes, o indivíduo perde peso progressivamente até estabilizar. 

Menor taxa de complicações

Muita experiência foi ganhada nos últimos nos com grande número de pacientes sendo operados no mundo. Essa experiência levou a conhecimento das principais complicações, de como preveni-las, reconhecê-las precocemente e tratá-las. As principais complicações passaram a estar envolvidas em um número grande de publicações e investigações,  criando consensos de sociedades com boas recomendações. Muitos congressos com discussões de como evitar e tratar complicações e experiências foram trocadas na era da informação disponível. Hoje, as principais complicações são conhecidas e você pode ler a respeito no tópico específico nesse link:  Complicações de cirurgias bariátricas - quais são e como evitá-las 

Menor risco de morrer

Em cirurgia bariátrica, estudos tem demonstrado menor taxa de mortalidade nas cirurgias videolaparoscópicas quando comparadas às cirurgias abertas. Isso se deve às várias vantagens que, somadas, acabam diminuindo a chance da pessoa vir a falecer após o procedimento. Essa tecnologia permitiu uma redução muito grande das complicações cirúrgicas. 

Menos dor pós-operatória

Um dos efeitos mais conhecidos das cirurgias videolaparoscópicas. Por ter pequenas incisões, há menor dor pós-operatória. Menos dor, além de ser muito importante para o bem estar e conforto do paciente, acaba trazendo uma série de vantagens como: 

Modernização da anestesiologia

Não foi apenas a cirurgia que modernizou-se nos últimos anos, a anestesiologia também acompanhou essa evolução. Novas medicações, novos cuidados com a ventilação, novos equipamentos facilitadores da intubação orotraqueal, conhecimento e manejo precoce dos principais riscos. Essas e outras mudanças permitiram que houvesse um aumento muito grande da segurança para realizar anestesia geral, mesmo nos pacientes mais pesados. 


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